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15 de agosto de 2012

Como se fosse a primeira vez

O título desse post é de comédia romântica, mas a conversa é séria. Como aqui falo não só para os pais do Musica per Bambini, mas também para professores interessados em musicalização infantil, direciono meu discurso a todos aqueles que se inebriam pelo (tal do) construtivismo, estão lendo sobre o assunto e querem adequar suas propostas pedagógicas aos conceitos interacionistas. 

Na semana que passou, vivenciei um momento lindo no Projeto Musica per Bambini. Uma bambina, desesperada para alcançar o piano, esqueceu que não sabia caminhar e deu dois ou três passinhos em nossa sala. Sei que as mães que lêem nosso blog podem se lembrar dos primeiros passos de seus pitocos e encher os olhos de lágrimas, pois é uma conquista infantil que abre o leque de possibilidades de experienciar o mundo e, ao mesmo tempo, é muito divertida, como o primeiro engatinhar, o primeiro rolo para ficar de bruços, o dia que o pequeno achou a própria mão.


Ao ver a cena em sala de aula, do caminhar da minha aluna, eu fiquei profundamente emocionada, meus braços formigaram como uma reação de proteção à pequena e eu queria que ela repetisse o feito mais umas dez vezes. Tentamos filmar uma caminhada perfeita como a primeira, mas não rolou. Nunca rola, né. Aliás, parêntese aqui, é muito engraçado quando uma mãe chega e diz: 

Profe, vou te mostrar um vídeo do Joãozinho tocando, cantando, assobiando e chupando cana. Espera aí. Na gravação, um vulto correndo para o celular tentando enxergar do mesmo lado que o cameraman. O vídeo dura 15 segundos. A explicação: antes de eu pegar a câmera, profe, ele tava fazendo, mas aí quando eu fui gravar, ele desistiu... mas eu juro que ele fez.

Eu acredito! Eu acredito muito! E eu vi isso acontecer na semana passada. E foi lindo mesmo assim, sem gravação e sem replay. Onze anos trabalhando com bebês me deram a chance de ver muitas coisas acontecerem na sala de aula. Isso dava um anedotário com fotos de bebês dentro de baldes, uns prêmios nas Videos Cassetadas do Faustão, ou um blog! Mesmo assim, cada vez que isso acontece parece que é a primeira vez e sempre, sempre, é diferente. Entretando, a diferença e o brilho de cada ocasião, o professor só enxerga se tiver dedicado-se a aprender muito sobre suas crianças.

Entender como a mente do bebê funciona é um desafio pois demanda tomar decisões teóricas importantes. Você não pode ser conduzido a acreditar nas explicações de outrem, é preciso ler, ver, experienciar e tomar as próprias conclusões sobre o assunto. Feito isso (esse processo nunca termina, verdadeiramente), o professor que compreende o construtivismo, assim como aquele personagem de Uma Mente Brilhante, não precisará ser portador de nenhuma anomalia mental para enxergar o mundo infantil piscando à sua frente. É o cérebro ali todinho, se desenvolvendo e você tendo a oportunidade de assistir. É a chuva de meteoros, que você acampa numa montanha para esperar, acontecendo no dia-a-dia. 


Vivenciar junto com o aluno cada conquista como se fosse a primeira vez (de si, inclusive) demanda que o professor já tenha passado por aquilo muitas vezes e tenha refletido sobre o assunto. Não é a vibração, é a compreensão do que está acontecendo que deixa tudo muito mais lindo. É a paciência para aguardar e não contar o final do livro para quem não leu ainda. É o amor pelas pessoas e o desejo de continuar fazendo parte de tantos momentos como aquele. É criar um ambiente em que essas coisas possam acontecer: com o nível certo de novidades e rotina. Tudo bem dosado.

A genuidade da surpresa acontece porque o ser humano é surpreendente per se, porque as famílias são únicas e a natureza nos fez tão inteligentes que, independente do terreno em que nossa sementinha caiu (mais prum lado, mais pro outro), a força da vida dará um jeito de nos fazer crescer e enxergar a luz do sol, como fazem as plantinhas e todos os outros seres que co-habitam nosso espaço. 

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O primeiro filme que citei chama-se Como se fosse a primeira vez (50 first dates) com o Adam Sandler e a Drew Barrymore. É baseado nas experiências com a amnésia da personagem principal.




O segundo filme que citei chama-se Uma Mente Brilhante (Beautiful Mind) e é baseado na história do matemático John Nash, ganhador do prêmio Nobel e portador do transtorno psíquico chamado de esquizofrenia.

8 de agosto de 2012

Promoção 2

Pessoal, a promoção do semestre foi um mega sucesso! Estamos muito felizes. Para compartilhar com vocês essa alegria, chega agora uma NOVA PROMOÇÃO. Agora são cinco meses de aula (a partir de agosto até o fim do ano) por um preço mais do que especial.

Liguem para nós e se informem! Beijo!